Essa teoria surgiu nos anos 50, nos Estados Unidos, como forma de deferência ao jornalismo e ao seu poder. Acredita que o processo de produção da informação é um processo de escolhas, no qual o fluxo de notícias tem que passar por diversos "gates" (portões) até a sua publicação. Entende que há intencionalidade no jornalismo e que o processo é arbitrário e subjetivo.
A teoria esbarra em alguns limites:
  • A análise da notícia apenas a partir de quem a produz;
  • Esquece que as normas profissionais interferem no processo;
  • Desconsidera a estrutura burocrática e a organização.

A teoria do Gatekeeper pressupõe que as notícias são como são porque os jornalistas assim as determinam.

Diante de um grande número de acontecimentos, só viram notícias aqueles que passarem por uma cancela ou portão e quem decide isso é um selecionador, que é o próprio jornalista. Ele é o responsável pela progressão da notícia ou por sua morte caso não a deixe ser publicada.

O termo surgiu em 1947, no campo da psicologia, criado pelo psicólogo Kurt Lewin. Foi aplicada ao jornalismo em 1950 por David Manning White. Ele estudou o fluxo de notícias dentro de uma redação e percebeu que poucas eram escolhidas e publicadas, então ele resolveu estudar quais pontos funcionavam como cancelas. Ele concluiu que a forma de escolher as notícias foram subjetivas e arbitrárias. Muitas foram rejeitadas por falta de espaço, outras consideradas repetidas e algumas pelo tempo, pois chegaram tarde.

A teoria foi perdendo seu prestígio, pois constataram-se que as escolhas das notícias se davam por tempo ou espaço e não por avaliação individual de noticiabilidade.

A teoria do gatekeeper por tanto fala que as notícias são como são porque o jornalista as determina, mas vemos diariamente vários fatores que nos mostra que as notícias são como são por determinação do espaço ou mesmo pelo tempo que ela chega as redações, ou ainda pela organização que as determina (linha editorial).

6 comentários:

DANI disse...

Discordo parcialmente. Em reuniões de pauta, quantas vezes são os jornalistas a decidir o que será (ou não) dado. Claro que há critérios editoriais, outros avaliam a "consistência" do material, mas também o "vale ou não vale", o que interessa a mim como jornalista e o que interessa ao público. Agora, com as redes sociais e as repercussões de postagens, o público também começa a pautar a imprensa.

Ana disse...

Gatekeeper não é bem isso. Faltou o controle que é o fator mais importante. Pessoas "controlam" que notícias serão publicadas ou não.
Exemplo: se um artigo diz que o que aconteceu na Líbia foi un genocídio e a destruição do país pela NATO servindo aos interesses de Washington e aliados e que Muamar Qadaffi não era ditador" este artigo não é publicado de jeito nenhum.
Atualmente Noan Chomsky é um gatekeeper acadêmico.
Infelizmente no Brasil a imprensa independente é inexistente e é estarrecedor a falta de pessoas que não estão entendendo nada.
Aí você diz que a CIA está pondo as pessoas para protestar e te chamam de maluco, teórico da conspiração... e você só tem fonte em inglês.
Vergonha!
São raras as exceções. Decepcionante este processo todo.

Unknown disse...

Com a questão do público participando, entra o contra-agendamento.

José Marcos da Cruz disse...

Gatekeeper é um "filtro social" criado pelos "dominadores" dos diversos "campos sociais" (como dito acima, é uma demonstração de força dentro do campo de atuação). Isto para restringir a entrada dos "pretendentes". Na advocacia há a OAB; na engenharia há o CREA; na contabilidade há o CRC; na acadêmia há o mestrado, doutorado, as linhas de pesquisas, as bibliografias autorizadas e outros; também é possível encontrar esses filtros na política, religião, esportes, jornalismo, etc..
No caso em tela, acredito que o termo tenha sido utilizado por analogia.

Alec Oliveira disse...

O Gatekeeper é uma luta entre os diversos campos que compõe a sociedade, no entanto, há consensos não escritos que hierarquizam as notícias, com esse método que o campo dos jornalistas tem uma liberdade limitada, isso porque o campo da mídia também não tem autonomia plena, logo podemos hipotetizar que a supremacia do campo econômico sobrepõe a todos os campos.

Unknown disse...

Pedro Fogaça,
15 de agosto de 2017 15h30min.

Analisar uma noticia passando por quem a produz e respeitando as normas do jornalismo sem apelo burocrático, embora saibamos da sua força e da sua estruturação existentes hoje nas empresas de comunicação.
Temos gêneros jornalísticos que servem de parâmetro para reforçar a atuação do Gatekeeper.
Refletir sobre a matéria que está em pauta,e em qual canal será vinculado ou vinculada a noticia passa também pela posição do jornalista diante dos fatos ou do fato em questão.
A história do nosso jornalismo mostra-nos desde o seu inicio em qual direção ira seguir a imprensa, seja informativo, opinativo, recreativo, porém vale ressaltar a teoria de Kurt Lewin (1947). como utilizar o poder que exerce como formador de opinião após ser publicada ou vinculada ( como queiram), David M White (1950) percebeu que algo diferente estava nascendo e assim expôs a categoria a sua percepção ao ponto de estudar o porquê de algumas matérias serem deixadas de lado e outras publicadas.
O que vê-se hoje é o engessamento das cabeças pensantes dentro do jornalismo, pois noticiar a verdade desde que seja a verdade da empresa para qual trabalha, e assim sendo ouvi-se tais clichês "politicamente correto, o chefe quem resolve" então discordar ou concordar com a teoria de Kurt Lewin passa por ter senso critico do "porteiro" da redação, quais ordens recebe para publicar ou não publicar, seja por motivos pessoais, da direção doa empresa, por conta de ter que trabalhar para pagar as contas.
Um assunto pertinente, mas pouco praticado pelos profissionais da comunicação de um modo geral.
Cumprimentos.
Pedro Fogaça.

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